quinta-feira, 16 de julho de 2015

Coluna Paulo Guedes - "Os Educandos de Jesus – Parte 2"


Fora do círculo dos doze apóstolos, vamos encontrar vários exemplos do que falamos na coluna da semana passada (Parte 1). Podemos começar com Maria Madalena, com seus sete demônios; a mulher pecadora que lhe lavou os pés com a água vertida dos seus olhos e os enxugou com os próprios cabelos; os fariseus que queriam apedrejar a mulher adúltera, os quais desapareceram quando Jesus declara que atirasse a primeira pedra aquele que estivesse sem pecado; a mulher da beira do poço, que já tivera cinco matrimônios, e o homem com quem morava não era seu marido; Zaqueu, o coletor de impostos, apegado ao dinheiro a ponto de cobrar mais do que era devido. Podemos chegar à conclusão, depois desses relatos, que a classe de alunos de Jesus era repleta de vícios morais e não representavam a turma ideal para se formar grandes homens. Na verdade, eles se parecem muito com cada um de nós, com suas paixões, com o orgulho, com o egoísmo e tantos outros vícios que nos deparamos nas nossas vidas. Podemos ir mais além, e afirmar que da mesma maneira que Jesus tocou o coração de cada um deles e os transformou em ícones da humanidade, se assim o quisermos ele também pode tocar os nossos corações, impulsionando-nos a grande reforma íntima que precisamos fazer para alcançar as esferas superiores da vida.

Jesus precisou usar de toda a sua sabedoria para lidar com um dos problemas que mais dificultam a transformação do homem: o preconceito. João vivenciava o preconceito de tal maneira que não admitia que pessoas fora do grupo dos apóstolos expulsassem demônios e fizessem o bem (Mc. 9:38). Se formos verificar, encontraremos o preconceito como raiz de muitos males existentes na vida dos apóstolos e dos seguidores de Jesus. Na parábola do semeador, a primeira semeadura é feita à beira do caminho, solo difícil, terra dura e impenetrável, na qual a semente não encontra abrigo (Mt.13:3-23). Podemos ver nessa passagem referência às pessoas de mente fechada, cheias de preconceitos, que não aceitam nem pensar nas novas verdades; é a essas pessoas que Jesus se dirigia. Os fariseus e os saduceus eram os críticos intelectuais do tempo de Jesus. Eles não conseguiram entender e não aceitavam a ideia de que Deus ama igualmente a todos os seus filhos, mesmo os que são pecadores, conforme anunciado por Jesus. Por esse motivo encontramos a parábola do filho pródigo e a comparação do fariseu e do publicano em oração diante de Deus.

O homem queria ver saciada a sua fome e curada as suas enfermidades, desde que não houvesse qualquer interferência em sua forma de viver a vida. É como encontramos hoje, onde todos querem as benesses de Deus, mas nem pensam em fazer sacrifício das suas vaidades, do egoísmo ou do orgulho. Servir a Cristo, então nem pensar. Perdem o interesse e seguem as suas vidas como se Deus não existisse. O maior desafio de todos nós educadores é convencer esses homens, cheios de preconceitos, a negar a si mesmos e vivenciar a vida tendo como norte o Evangelho de Jesus.

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