sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Coluna Paulo Guedes - Métodos Utilizados Por Jesus


Analisando os Evangelhos chegamos à conclusão de que Jesus não tinha uma maneira fixa de ensinar, nem algum método preestabelecido para lecionar ao povo que o cercava. O que vemos é um Mestre que não se prendia a rotinas, nem se escravizou a qualquer sistema. Ele utilizou de forma perfeita todos os métodos como se fosse coisa natural do Seu ser. Foi um mestre incomparável na arte de ensinar, variando seu processo de ensino conforme a ocasião e o objetivo que tinha em mente.

Podemos dizer que Jesus conhecia e empregou todos os recursos utilizados hoje pela moderna pedagogia, de forma tão perfeita que o melhor dos mestres é apenas um pupilo perto Dele. Vejamos alguns desses métodos:

Lições objetivas
Jesus usou com muita qualidade lições objetivas para passar seus ensinos, buscar demonstrar a verdade através de exemplo utilizando coisas concretas e vivas. Temos vários exemplos da utilização desse método, vejamos alguns: quando o Mestre quis ensinar aos seus discípulos qual era a atitude a ser tomada para entrar no Reino de Deus, utilizou uma criança dizendo que o Reino era para aqueles que se assemelhavam a ela (Mt. 18:1-4); quando precisou dar uma lição referente à humildade, cingiu a cintura com uma tolha e lavou os pés dos apóstolos, dando a seguinte lição: “se Eu, o Mestre, lavo os vossos pés, vós se quereis ser grandes no Reino de Deus deveis fazer o mesmo” (Jo. 13:1-15); e talvez a passagem mais conhecida do Evangelho, quando os fariseus e os herodianos lhe fizeram a pergunta sobre ser lícito pagar o tributo a Cesar. Sem pestanejar, o Mestre Jesus solicita um denário e, utilizando-se do objeto, que tinha na efígie a figura de Cesar, dá a sublime lição: “Dai, pois, a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus (Mt.22:15-22)”.

Parábolas
Jesus utilizou o conto de histórias ou parábolas para mais facilmente deixar registrados certos ensinamentos. Sem sombra de dúvida podemos afirmar que o método mais utilizado por Ele foi o de parábolas, e com certeza são os ensinos mais lembrados.

Parábola, segundo a Enciclopédia e Dicionário Ilustrado Koogan/Houaiss, é comparação desenvolvida em pequeno conto, no qual se encerra uma verdade, um ensinamento. É uma história ou ilustração tirada de algum fato conhecido, para lançar luz sobre outro fato não conhecido. William Sanday diz: "São cenas, ou histórias curtas, tiradas da natureza ou da vida de cada dia, que apresentam algum pensamento ou princípio capital que pode ser levado e aplicado ao alto nível espiritual da vida humana". Horne nos dá uma lista total de sessenta e uma: delas, trinta e quatro tratam de pessoas, como a do ‘bom samaritano”; quatro, de animais, como da "ovelha perdida"; sete, de plantas, como a da "semente de mostarda"; e dezesseis de coisas, como as quatro qualidades de terra.

Se retirarmos as parábolas dos ensinamentos de Jesus perderíamos uma quantidade inestimável desses ensinamentos e eles ficariam incompletos. Só para se ter uma ideia, 50% do Evangelho de Lucas e 25% de Marcos são representados por parábolas. 

Muitas vezes Jesus, quando era questionado pelos fariseus e escribas, ao invés de responder diretamente, utilizava-se de parábolas para deixar o seu ensinamento. Podemos verificar uma situação dessas quando eles criticam o fato de Jesus andar em companhia de publicanos e pecadores. O Mestre conta três lindas histórias: da dracma perdida, da ovelha perdida, e do filho pródigo, demonstrando que todos (dracma, ovelha e filho) eram dotados de algum valor, mas encontravam-se perdidos, necessitando ser resgatados, comparando-os aos publicanos e pecadores, que também se encontravam perdidos, e que na qualidade de filhos de Deus mereciam mais atenção da parte dos fariseus e escribas. Como no caso da dracma, da ovelha e do filho, precisavam ser procurados e achados e reintegrados à sociedade.

Na próxima semana daremos continuidade ao tema, falando de preleções e perguntas, tão utilizados por Jesus.

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